O Brasil possui hoje muitas mulheres esportistas de destaque internacional. São vários os esportes em que nossas “meninas” fazem sucesso. Mas este caminho precisou ser trilhado por algumas fortes desbravadoras que superaram vários obstáculos nos seus esportes para chegar lá.
Enfrentando muitas vezes a falta de apoio, recursos e até o preconceito com mulheres no esporte, estas certamente foram responsáveis por abrirem as portas para todas as mulheres que estão vivendo no esporte dos dias de hoje.
Separamos aqui um pouco da história de algumas delas, como uma forma de homenagear e agradecer por todas as suas conquistas.
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Maria Esther Bueno:
Maria Esther Bueno foi uma tenista brasileira que jogou profissionalmente nas décadas de 1950,60 e 70, sendo uma das poucas tenistas que conquistou títulos importantes em 3 décadas diferentes. Considerada por quase todos os especialistas como a maior tenista brasileira de todos os tempos, teve feitos incríveis tanto nacionais quanto internacionais. Foi incluída na posição 38 dentre os maiores tenistas da história. Ao todo, venceu 19 torneios do Grand Slam, em duplas e simples, destacando-se entre eles os famosos e disputadíssimos torneios de Wimbledon e US Open.
Está no livro Guiness de recordes por ter vencido a final do US Open de 1964 em apenas dezenove minutos. Sua partida na final de Wimbledon contra Margareth Court, também em 64, é considerada uma das partidas mais emocionantes do tênis de todos os tempos.
Chamada de “A Bailarina do Tenis”, por conta da elegância e do estilo de seu jogo, tinha também uma grande potência no saque. Infelizmente não pode representar o Brasil no Tenis, pois o esporte deixou de ser competido nos jogos entre 1930 e 1996.
Faleceu em 2018, aos 78 anos, deixando sua história no esporte como referência e inspiração a todos os tenistas brasileiros.
Trechos da vitória emocionante em Wimbledon em 1964.
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Maria Lenk:
A natação brasileira deve muito a Maria Lenk. Ela foi a primeira sul-americana a participar de uma olimpíada. Participou dos jogos de Los Angeles em 1932. Obteve diversas marcas importantes na natação, marcando inclusive diversos recordes mundiais. Para uma mulher, entrar hoje em uma piscina e competir é algo relativamente comum e simples, porém na época foram precisos muitos obstáculos vencidos para ela pudesse se tornar este ícone do esporte.
As atletas de hoje tem muito o que se inspirar na sua história. As dificuldades para chegar a uma olimpíada foram tremendas! Em 1932, em um mundo pós crise de 1929, nosso governo não tinha verba para financiar uma delegação olímpica e a única coisa que ofereceu foi emprestar o navio Itaquicê e doar muitas sacas de café. A venda destas sacas pela equipe olímpica nas paradas do navio custearam a viagem e possibilitaram a chegada dos brasileiros a Los Angeles. Nesta delegação estava Maria Lenk, então com 17 anos, que só consegui competir pois conseguiu um uniforme de natação empresado. A nadadora também competiu nos jogos de 1936 e, quando se preparava para os jogos de Tóquio, bateu os recordes mundiais nos 200m e 400m nado peito, em 1939, sendo a única mulher brasileira a conseguir acumular este feito. Porém, para tristeza do esporte, a segunda guerra mundial fez com que os jogos fossem cancelados e Maria Lenk, que estava em seu auge e com reais possibilidades de conquistar medalhas olímpicas, teve seu sonho frustrado.
O parque de competições aquáticas do Rio de Janeiro que sediou as competições dos jogos Panamericanos de 2007 e as olimpíadas de 2016 leva o nome de Maria Lenk. Ela está figurada no hall off fame da natação mundial.
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Paula e Hortência:
As duas atletas que, nos campeonatos locais eram rivais, na seleção brasileira se tornavam referência no entrosamento. Juntas, protagonizaram momentos importantes para o basquete feminino e trouxeram grandes conquistas. Hortência está no hall off fame do basquete mundial e tem o recorde de mais de 3000 pontos pela seleção feminina de basquete.
Em 1991, nos Jogos Pan Americanos de Basquete, a final foi entre Brasil e as anfitriãs de Cuba, tendo na plateia o presidente cubano Fidel Castro. Com uma atuação brilhante de Paula, que acertou quatro arremessos de 3 pontos, o Brasil venceu Cuba por 97 a 76. Na premiação, Fidel entregou as medalhas para as brasileiras e, em tom de brincadeira, chamou nossa Magic Paula de “bruxa”. Em 2000, nos jogos de Atlanta, Paula conquistou a medalha de prata.
Já Hortência, também teve atuações brilhantes e conquistou, junto com Paula, os títulos do Panamericano de Cuba, em 91 e a medalha de prata em Atlanta.
Dentre outros destaques, as duas foram também campeãs mundiais de clubes pela Associação Atlética Ponte Preta, em 1993 e também foram campeãs mundiais de seleções, na Austrália, em 1994, vencendo os EUA na semifinal por 110 a 107 em jogo emocionante e batendo a China na partida decisiva por 96 a 87.
Até hoje são inspiração para muitas atletas que iniciam suas carreiras no basquete.
Estas são algumas das atletas que influenciaram o esporte e as esportistas de hoje. Cada atleta que suou sua camisa e se esforçou para competir em seu esporte é uma prova da força da mulher brasileira, mulher de verdade.
Neste dia internacional da mulher, queremos homenagear com estas histórias, a todas as nossas Marias, Paulas, Hortências, Fabianas, Maureens, Rafaelas, Jaquelines, Sandras, Martas e tantas outras guerreiras que trazem orgulho ao nosso esporte com suas histórias de superação e conquistas.
E aí, meninas, se motivaram com estas histórias? Continuem sempre em seus esportes e inspirem-se para se superarem sempre! Sabem de mais alguma história de atletas femininas brasileiras de destaque, mande-nos nos comentários ou por email que quem sabe possamos colocar em um futuro post.
Feliz dia Internacional da Mulher a todas vocês, bjinhos da Dri!
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Paula_Gon%C3%A7alves_da_Silva
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hort%C3%AAncia_Marcari
https://www.lance.com.br/galeria-premium/mulheres-que-tem-seus-nomes-marcados-esporte-brasileiro.html